Calvin Klein já é conhecido pelos seus anúncios polémicos e a nova campanha de primavera não é exceção. A campanha intitulada “Erotica” já é conhecida há várias semanas, mas foram as fotografias mais recentes que fizeram com que andasse pelas bocas do mundo.
Na semana passada, a marca partilhou no seu Instagram uma fotografia da modelo Klara Kristin com o slogan “I flash in #mycalvins.”, e as críticas dos internautas não tardaram a chegar. A imagem convida os consumidores a espreitarem a roupa interior da modelo de 23 anos, que foi fotografada por baixo do seu vestido. A marca foi rapidamente acusada de incentivar a prática de up skirting (tirar fotografias por baixo das saias de mulheres sem o consentimento das mesmas).
A publicação conta com mais de 47 mil gostos e 2500 comentários, entre os quais se pode ler “LIXO nojento! @calvinklein parece que só consegues lucrar quando exploras mulheres e vendes sexo. Como mulher e mãe, acho o teu “estilo” ofensivo. Toda a tua marca é um desapontamento e uma vergonha”. Outra utilizadora continua: “Não há nada errado com isto?! Está a promover todas as coisas erradas. É desmoralizador para as mulheres. O que aconteceu ao forte e confidente? Agora precisamos de uma foto assim para transmitir alguma coisa? Péssimo. Horrível.”
As críticas alargaram-se a outros meios de comunicação social, “Calvin Klein é marketing para pervertidos” criticou o New York Post. No twitter, a conta @RepresentPledge, associada a um projeto que luta contra os estereótipos e as injustiças sociais, publicou “Calvin Klein, o teu anúncio sexualiza raparigas jovens. Nós #NãoVamosComprarIsto”.
No entanto, há quem desvalorize o escândalo. O editor da revista Paper, Peter Davis, refere que “uma espreitadela na saia da atriz Klara Kristin para ver as cuecas CK não é pornografia infantil – é sexy e o sexo vende. E a Klara não tem 15 anos”.
Esta não é a primeira vez que a marca é acusada de fazer anúncios alusivos à pornografia infantil.
Em 1980, a modelo Brooke Shields foi a protagonista da campanha da Calvin Klein Jeans. Com o slogan “Queres saber o que está entre mim e as minhas Calvin? Nada”, muitos acharam a campanha controversa uma vez que Shields tinha apenas 15 anos.
Quinze anos mais tarde, em 1995, a campanha de outono/inverno voltou a gerar polémica. Os anúncios mostravam jovens, todos com peças Calvin Klein, numa cave a serem filmados por um homem mais velho. A campanha esteve presente em cartazes, autocarros e na televisão, mas foi acusada de retratar pornografia infantil e foi banida dos meios de comunicação social.