O sabor a gordura. É esse o paladar que faltava e a prova é que nem tinha nome, apesar de ser perfeitamente indentificável. Os investigadores da Universidade de Purdue, no estado norte-americano do Indiana, que conduziram o estudo, agora publicado no Chemical Senses, deram-lhe o nome “oleogustus”, o latim para sabor a óleo ou gordura.
“Não posso usar nenhuma palavra que já exista, portanto temos de inventá-la”, explica Richard D. Mattes, um dos autores do estudo.
Não há uma definição para o que faz um sabor integrar a categoria dos paladares básicos, mas o investigador acredita que é o resultado de vários fatores: produzir um estímulo que tenha uma estrutura única, ligar-se ou interagir com um recetor único, ser conduzido até ao sistema nervoso central onde a informação sobre o paladar é descodificada e ter uma função particular.
Mattes e os colegas quiseram, então, avaliar se um grupo de pessoas classificaria como “gorduroso” um sabor diferenciado em relação aos básicos doce, salgado, amargo, ácido e o simplesmente “saboroso”. Para isso, deram aos participantes na investigação várias amostras com sabores diferentes e, de facto, os voluntários separaram os “gordurosos”.
“Tem sido muito difícil perceber se as pessoas o encaram como uma sensação única porque não há uma palavra para o descrever”, explica o investigador. “[O resultado] é uma prova bastante clara de que é, de facto, distinto ao nível da perceção”.