A fundação Amy Winehouse acaba de lançar um programa de cinco anos que pretende levar ex-toxicodependentes e alcoólicos às escolas, para falarem com os jovens acerca da sua experiência e dos problemas associados ao vício.
Mitch Winehouse, pai da cantora falecida em 2011 e presidente da fundação, acredita que Amy ficaria entusiasmada com o projecto e orgulhosa pelo trabalho de solidariedade que tem sido feito em seu nome.
Segundo ele, a ideia de começar este programa partiu da frustração sentida face à relutância do governo de tornar o tema da toxicodependência um assunto obrigatório no currículo das escolas, algo que, na sua opinião, poderia ter ajudado a sua filha.
O impacto do programa, testado em projectos-piloto, vai ser avaliado pela universidade de Harvard e decorrer em 50 escolas britânicas com mais de 250 mil alunos entre si.
Cerca de 250 voluntários, todos eles ex-alcoólicos e toxicodependentes em recuperação, vão partilhar as suas histórias de vida e conduzir workshops sobre auto-estima, pressão de pares e comportamentos de risco.
“O Departamento de Educação acha inapropriado que pessoas em recuperação transmitam a mensagem”, conta Mitch, “queriam que as sessões fossem conduzidas por polícias, enfermeiros ou pelo director da escola, pessoas totalmente erradas para ter este tipo de discussão. Os miúdos não lhes dão ouvidos”.
Apesar de muitos jovens se debaterem com problemas relacionados com álcool e drogas, as maioria dos pais ignoram-no ou, tal como ele, não querem ver. Mitch fala de uma “incrível apatia entre os pais” depois de apenas 20 pessoas terem aparecido para uma reunião, numa escola com três mil pais.
Esta é a ultima iniciativa da fundação que tem financiado vários projectos, entre os quais um hospício para crianças, bolsas escolares e um refúgio para sem-abrigos.