Oscar Pistorius, 26 anos, viu o seu pedido de fiança novamente adiado após a segunda audiência. O atleta paraolímpico vai continuar sob custódia da Justiça da África do Sul acusado de matar a sua namorada, Reeva Steenkamp. A modelo de 29 anos era formada em direito e preparava-se agora para trabalhar na televisão.
Nesta audiência, que durou quase cinco horas, Pistorius conteve o choro – ao contrário da última sessão – e esteve sempre de cabeça baixa. A versão do atleta que ficou conhecido como “Blade Runner” choca com aquela apresentada pelo detetive responsável pelo caso.
Hilton Botha, o detetive, esteve na casa do casal na noite do crime e contou aos presentes que encontrou uma testemunha, com casa a 300 metros do atleta, que, por volta das duas da manhã, ouviu gritos de uma mulher seguidos de tiros. Ao dirigir-se à varanda viu que a luz da casa estava acesa. Pistorius tinha afirmado anteriormente que estava às escuras quando tudo aconteceu.
O atleta também garantiu que apenas após disparar contra a namorada é que se apercebeu de que ela não estava na cama como imaginava. A questão levantou-se quando, ao ser apresentada a planta durante a audiência, a acusação fez realçar que Oscar Pistorius teve que passar pela cama para ir da varanda, onde disse estar, até à casa de banho. As provas mostram que os tiros foram disparados em direção à sanita, que fica mais à esquerda da porta.
Para o detetive o caso foi premeditado e conceder uma fiança ao atleta seria um risco. No entanto, confirmou que não foram encontrados indícios de agressão ou autodefesa no corpo da modelo.
O julgamento vai prosseguir na quinta-feira, 21 de fevereiro. O atleta é acusado de homicídio premeditado, enquanto a defesa argumenta que Pistorius confundiu a namorada com um ladrão, alvejando-a na casa de banho. A esta acusação são ainda adicionadas outras duas por posse de esteróides e de várias munições ilegais, ambos encontrados na habitação.