Segundo o advogado, são imputados a Mário Machado um disparo a tiro contra a perna de um indíviduo dos “Hells Angels”, embora este último, segundo o causídico, negue os factos e não tenha apresentado queixa contra o líder nacionalista.
Juntamente com Mário Machado, que irá pernoitar no Estabelecimento Prisional da PJ de Lisboa e que quinta-feira será ouvido, pelas 10:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), foram detidas “mais cinco pessoas”, revelou ainda o advogado.
Questionado se existem testemunhas que impliquem Mário Machado nestes factos em que não houve queixa do membro dos “Hells Angels”, José Manuel Castro disse desconhecer e que só quinta-feita terá acesso mais alargado aos autos.
Do que conhece do processo, José Manuel Castro diz não vislumbrar motivos para que quinta-feira seja aplicada a Mário Machado qualquer medida de coacção privativa da liberdade.
O causídico disse “estranhar” o “timing” desta detenção, dada a sua proximidade temporal com a divulgação num blogue de Mário Machado de documentos bancários relacionados com familiares do primeiro-ministro, José Sócrates.
“Vamos acreditar que é uma coincidência”, disse.
Entretanto, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) anunciou que o nacionalista Mário Machado foi hoje detido no âmbito de uma investigação em curso naquela estrutura do Ministério Público.
A informação prestada pelo DCIAP não referia qual o objecto da investigação, dizendo apenas que Mário Machado será presente quinta-feira ao juiz do TCIC, Carlos Alexandre.
Mário Machado, membro da organização considerada de extrema-direita Hammerskins, foi detido hoje “em casa cerca da uma hora da tarde e também terá sido apreendida uma viatura e um computador”, segundo o advogado.
À margem deste caso, Mário Machado deverá comparecer em tribunal no próximo dia 05 de Maio para responder num processo relacionado com ameaças à procuradora do Ministério Público Cândida Vilar.
Cândida Vilar conduziu a investigação que levou Mário Machado – julgado com 35 outros “skinheads” – a responder num processo relacionado com discriminação racial e em que foi condenado em Outubro passado a quatro anos e dez meses de prisão efectiva, decisão de que recorreu.