André Ventura chamou Marine Le Pen, eurodeputada e presidente da União Nacional, para apoiar a sua candidatura às presidenciais. Mas apesar da visita a Lisboa da líder da extrema-direita francesa, esse apoio declarado ao líder do Chega não parece ter tido um efeito benéfico nos resultados em França.
André Ventura foi apenas o terceiro candidato mais votado pelos emigrantes portugueses em França, com 375 votos (12,46% do total). A esmagadora maioria votou em Marcelo Rebelo de Sousa, que arrecadou 1724 votos naquele país (57,28%). A segunda mais votada foi Ana Gomes, com 487 votos (16,18%).
Marisa Matias, candidata do Bloco de Esquerda, conquistou 206 votos (6,84%) e João Ferreira, candidato do PCP, apenas 95 votos (3,16%). O estreante Tiago Mayan Gonçalves conseguiu 73 votos (2,43%) em representação do Iniciativa Liberal e o menos votado foi o candidato independente Vitorino Silva, com apenas 50 votos (1,66%).
Durante a visita de Marine Le Pen a Lisboa, a 8 de janeiro, tanto a política francesa como André Ventura recusaram o rótulo de extrema-direita, dizendo que o mesmo só servia para assustar as pessoas. Quando discursaram na Avenida da Liberdade reclamaram, em vez disso, terem como objetivo comum “reconstruir a Europa”. Entre outras coisas, condenaram o islamismo e apelaram a uma maior necessidade de controlo dos fluxos de imigrantes na Europa. Ao mesmo tempo, decorria um protesto contra a presença de Marine Le Pen em Portugal.
Marine Le Pen ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 2017 em França, tendo perdido para Emmanuel Macron. Já nas eleições anteriores, de 2012, tinha conseguido o 3º lugar, atrás de Sarkozy e de François Hollande.