Há uma sondagem que Rui Rio não ignora: a sua. Ao terceiro dia de campanha, sentando na esplanada de um café, em Setúbal, com o líder da bancada parlamentar social democrata, Fernando Negrão, e o cabeça de lista do distrito às legislativas, Nuno Carvalho, a seu lado, o presidente comenta, numa conversa pouco privada, que aquilo que vê “é muito diferente de 2019: temos um apoio muito superior ao normal”. Por isso, a estratégia passa por insistir nos distritos onde a esquerda tem mais força, ou seja, onde o PSD tem maior margem de crescimento, explica o líder laranja, dando como exemplo Setúbal, Castelo Branco (onde ainda vai estar esta tarde), Beja, Portalegre e Guarda.
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“Já viu a quantidade de eleições que eu fiz desde que sou presidente do partido? Já fiz legislativas duas vezes, europeias, autárquicas, regionais da Madeira e dos Açores e três diretas. Eu tenho alguma experiência em perceber a sociedade no período antes das eleições e aquilo que eu vejo é muito diferente do que vi em 2019: temos um apoio muito superior ao normal”, nota Rui Rio, que garante ainda sentir o partido unido, ao contrário de outras fases de “turbulência” que já viveu.
Foi com confiança, portanto, que entrou na Casa da Sorte, na Rua do Romeu, uma das que desagua no largo principal setubalense, o Bocage, onde começou e terminou a arruada de uma hora dos sociais democratas. Perante a surpresa de uma funcionária que se viu rodeada de câmaras de televisão, Rio rejeitou a compra de uma raspadinha, aconselhando antes um voto no PSD, que “é melhor do que ganhar a lotaria”. Pois, se os sociais democratas vencerem, ganha o país todo, prometeu o presidente.
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De porta em porta, acompanhado por uma comitiva local com quase uma centena de pessoas, a que se juntou também o secretário-geral do partido, José Silvano, Rio admitiu não conseguir “conquistar votos aqui, em Setúbal, como no Porto”, no entanto, disse, “o que está em causa não é o número de votos, mas o crescimento que se consegue”.
Em linha com o líder, o deputado Fernando Negrão admitiu, à VISÃO, que o partido possa chegar “aos quatro ou cinco deputados”, eleitos por este círculo, em vez dos atuais três. Segundo o também ex-candidato à Câmara Municipal, “o PSD é visto, cada vez mais, como uma força significativa e com possibilidades em Setúbal”.