Convidado desta semana do programa de entrevistas “Irrevogável”, o antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirma que “nos esperam seis a oito meses terríveis” e que a segunda vaga da pandemia de Covid-19 é praticamente garantida. Sobre a realização da Festa do Avante!, defende que os partidos também se definem pelo exemplo que dão à sociedade e que “não é um pecado” manter reservas sobre a sua realização. E pergunta: “Será que um evento político de massas como este é imprescindível? Estamos a falar de um risco para a saúde pública. Se me perguntar se tenho reservas, tenho. Se me perguntar se estou preocupado, estou. Só espero que corra tudo bem.”
Sobre a entrevista da ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ao Expresso, reconhece que “foi péssima”, mas acrescenta que não embarca em julgamentos sobre uma ministra empenhada, como é esta governante, com base numa má entrevista.
Quanto à atuação da Direção-Geral da Saúde (DGS) ao longo deste processo, desde a polémica do uso ou não uso de máscaras, defende que o excesso de comunicação torna menos valiosa essa mesma comunicação – e leva a que se cometam erros. Mas, de um modo geral, elogia a atuação das entidades de Saúde.
Já no que diz respeito às medidas de combate à pandemia, recusa o regresso ao “confinamento geral e abstrato”, muitas vezes decretado sem base científica, e aconselha a uma maior atenção à proteção dos grupos mais vulneráveis, a começar pelos idosos em lares.
Finalmente, reconhece que a resposta à pandemia corre o risco de negligenciar outras situações de saúde pública e admite que muitos doentes que não sofrem da Covid-19 podem estar a ficar para trás.
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