Mais de 400 mil tweets, em cerca de cinco horas. Esta foi a reação ao descerrar de um cartaz de campanha do social-democrata Alexandre Poço, em Oeiras, em que o candidato, numa pose entre o cantor romântico e o superespião James Bond, apareceu a prometer “dar tudo”, tornando-se rapidamente um dos maiores trending topics e levando a uma corrida às redes sociais do líder da Juventude Social Democrata (JSD). A estratégia para dar a conhecer Poço, face ao invencível Isaltino Morais, incluiu ainda, entre outras coisas, um salto de paraquedas, nos últimos dias. Para os especialistas nacionais em comunicação estratégica, com este e outros exemplos pelo País, está criada uma nova fórmula made in Portugal de chegar aos eleitores, que será inevitavelmente replicada nas próximas semanas, até a ida às urnas, substituindo outras técnicas trazidas do lado de lá do Atlântico desde meados dos anos 2000.
Tal previsão é aterradora para quem defende os cânones das tradicionais campanhas eleitorais e acusa tais táticas de “imitação tosca” de comportamentos do “xamã do QAnon que invadiu o Capitólio”. Todavia, por trás de ações de pré-campanha como a de Alexandre Poço ou até do PSD/Seixal, que apostou mais num ataque cerrado às quatro décadas de gestão comunista daquele concelho da Margem Sul do que em assumir propostas alternativas, estão sondagens internas que levaram a adotar métodos pouco convencionais, numa tentativa de correr contra o prejuízo.