Pedro Nuno Santos não falou aos jornalistas no final do encontro em São Bento com Luís Montenegro. O líder socialista, sabe a VISÃO, está ainda a analisar a proposta de Luís Montenegro, mas está longe de a considerar “irrecusável” como tem dito o primeiro-ministro.
No Largo do Rato há cautela na reação, mas muitas dúvidas sobre as vantagens de aceitar um acordo com Montenegro. Um dos dirigentes socialistas ouvidos pela VISÃO viu o final do debate quinzenal com o primeiro-ministro como um mau sinal para um possível entendimento. “Se a viabilização do programa de Governo foi entendida assim, como seria entendido viabilizar o Orçamento?”, comentava um dos elementos da cúpula socialista numa alusão à tese defendida por Montenegro de que ao viabilizar o Programa do Governo o PS teria dado carta branca à AD para governar.
A forma como Montenegro apresentou modelações ao IRC, mantendo a intenção de uma descida transversal a par de algumas deduções na lógica proposta pelo PS, e as alterações ao IRS Jovem, que introduzem alguma progressividade na medida, fizeram com que a reação socialista não fosse imediata.
Pedro Nuno vai ouvir PS antes da decisão final
Ainda assim, na direção do PS recorda-se que Pedro Nuno sempre disse que não aceitaria modelações das medidas e que a sua retirada do Orçamento era essencial para começar as conversas.
Sem uma decisão fechada, no Rato pondera-se apresentar uma contraproposta ao Governo, apesar de para já não estar marcada qualquer nova reunião negocial.
Ainda assim, Pedro Nuno Santos nunca deverá tomar uma decisão final sobre o sentido de voto no Orçamento do Estado para 2025 sem ouvir os órgãos do PS.