O Presidente francês Emmanuel Macron foi o líder político a reagir mais depressa aos resultados das eleições europeias: perante as primeiras sondagens, que dão uma vitória clara dos partidos de extrema-direita, anunciou a dissolução do parlamento e convocou legislativas antecipadas para os dias 30 de junho e 7 de julho.
“Os partidos de extrema-direita, que, nos últimos anos, se opuseram a tantos progressos tornados possíveis pela nossa Europa, estão a progredir em todo o continente” , lamentou Emmanuel Macron, após a publicação das primeiras sondagens das eleições europeias que, em França, deram o dobro dos votos ao Rassemblement Nacional, de Marine Le Pen, em relação Renaissance, partido do presidente.
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— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) June 9, 2024
“Não poderei, portanto, no final deste dia, agir como se nada tivesse acontecido”, sublinhou Macron, numa comunicação em direto aos franceses.
“Assinarei dentro de momentos o decreto que convoca as eleições legislativas que se realizarão em 30 de junho, para a primeira volta, e em 7 de julho, para a segunda volta ”, acrescentou Emmanuel Macron. “A ascensão dos nacionalistas, dos demagogos, é um perigo para a nossa nação, mas também para a nossa Europa, para o lugar da França na Europa e no mundo”, continuou o chefe de Estado, dizendo ter “confiança na nossa democracia”.
Apesar dos 30% de votos que são atribuídos nas sondagens europeias ao partido de Marine Le Pen, esse resultado dificilmente se irá materializar, dentro de poucas semanas, num grande crescimento do número de deputados de extrema-direita no parlamento que sair das eleições antecipadas. Isto porque no sistema eleitoral francês, a eleição dos deputados é feita pela conquista da maioria dos votos (mais de 50 por cento). Por isso, numa segunda volta, como tem sucedido até agora, os votantes dos outros partidos conseguem formar coligações para impedir a eleição de deputados do Rassemblement Nacional.