Pedro Nuno Santos não tem dúvidas: o novo Governo é não só “o maior foco de instabilidade em Portugal” como protagoniza o pior arranque de sempre de todos os que foram escolhidos para dirigir o País, pelo menos até ao ponto em que a memória do líder do PS consegue recuar.
“Não tenho memória de um Governo ter começado tão mal em funções”, afirmou este sábado aos jornalistas, após a reunião do Conselho Nacional do PS. “Estes primeiros 30 dias de Governo são preocupantes porque se eu tentar resumir a duas palavras só me ocorrem instabilidade e incapacidade política. Em 30 dias não conseguiram tomar uma decisão de valor para o povo português”, criticou.
O secretário-geral dos socialistas recusa, por outro lado, qualquer responsabilidade no clima de ingovernabilidade que se acentua, com os partidos da oposição a aprovarem medidas contra a vontade do Governo de Luís Montenegro. “Não desviem as responsabilidades para quem no parlamento está a fazer a sua parte e o seu trabalho. O PS, ao longo destes 30 dias, foi um fator de estabilidade e de responsabilidade”, considera, acusando o primeiro-ministro de estar “em combate” em vez de se dedicar a governar.
“São 30 dias, é verdade, e 30 dias não dão para resolver os problemas do País, mas deu para perceber que este Governo não tem capacidade para governar Portugal”, declarou ainda, para sublinhar a “impreparação a vários níveis” da coligação PSD/CDS-PP que venceu as eleições de 11 de março.