“O Presidente da República recebeu, nesta tarde, o presidente do Partido Social-Democrata (PPD/PSD) e líder da oposição, Luís Montenegro, a pedido deste.” Eis o teor da curta nota oficial da Presidência da República, emitida no passado dia 18 de abril. Marcelo Rebelo de Sousa não recebia apenas o presidente do PSD – terminologia usada em audiências anteriores –, mas também, acrescentou, “o líder da oposição”. Se, nas palavras de Marcelo, nada é inocente, teremos de recuar quatro dias para encontrar uma explicação para esta nuance, de 18 de abril. Depois de, reiteradamente, o Presidente ter declarado que a falta de uma alternativa sólida, na oposição, era um dos motivos pelos quais não lhe passava pela cabeça dissolver a Assembleia da República – e, assim, pôr termo ao mandato do Governo de António Costa –, Luís Montenegro dera uma entrevista à CNN. Nela, o presidente do PSD declarou, textualmente, recusar coligações com partidos ou líderes políticos “xenófobos, racistas, populistas e imaturos”, uma carapuça que André Ventura se apressou a enfiar. “Se é assim”, retorquiu o presidente do Chega (numa reação curiosa, pela identificação que assume com os adjetivos usados por Montenegro…), “resta ao Chega ultrapassar o PSD nas urnas.” De imediato, pelas redes sociais do partido de Ventura, começaram a circular “informações” de que o PSD se prepara para assinar um acordo de bloco central com o PS. Contudo, em Belém, apurou a VISÃO, a clarificação do presidente do PSD foi muito bem acolhida, o que terá sido decisivo para a bênção de Marcelo: Luís Montenegro é o líder da oposição.
O que vai na cabeça de Marcelo Rebelo de Sousa: Os calendários, os cálculos, as críticas e as linhas vermelhas
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Marcelo Rebelo de Sousa não gostou da forma como Montenegro radicalizou o discurso nem do facto de ter faltado ao jantar oficial concedido a Lula da Silva. E não se coíbe de criticar tanto a esquerda como a direita, em prol do equilíbrio do sistema, que diz tentar alcançar. Não está sozinho: as relações entre os chefes de Estado e os seus partidos de origem são tudo menos pacíficas
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