A mensagem foi enviada por Laurinda Alves, vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, integrada no executivo de Carlos Moedas, aos seus contactos de WhatsApp, apelando a que a palavra fosse passada. O objetivo é convocar todos os interessados para uma sessão de esclarecimento que vai acontecer na próxima segunda-feira, às 21h, no Fórum Lisboa, com live streaming, pensada para famílias e pessoas singulares que queiram acolher e ajudar famílias ucranianas. Mas o tom e o alcance da ajuda a prestar pela CML deixou dúvidas.
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“A ideia é esclarecermos de forma realista e articulada como se processa o acolhimento, como se dá sequência ao acompanhamento (SCML E SS!) e aquilo que as famílias e pessoas de acolhimento podem esperar”, explica Laurinda Alves.
Na missiva, afirma que é “bastante ‘obcecada’ com a gestão de expectativas” e por isso decidiu promover a sessão, que visa também uma correta gestão de expectativas. “Serve para assumir publicamente que a CML NÃO tem capacidade para se responsabilizar pelo acompanhamento destas famílias, mas apenas para o acolhimento de emergência. A ideia é mesmo esclarecer, esclarecer, ouvir, tirar dúvidas, GERIR EXPECTATIVAS e promover uma maior e melhor capacitação de quem se voluntária para acolher, deixando claro que a CML não se responsabiliza, não paga, não dá sequência a mais nada após o acolhimento de emergência“, explica Laurinda Alves.
Nesta reunião estará, além da vereadora, Rosário Farmhouse, Presidente na Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e a Alta Comissária para os Refugiados e Migrantes, e também uma família ucraniana acolhida e outra que já está a acolher.
A Câmara Municipal de Lisboa diz que está preparada para acolher refugiados ucranianos. Com o apoio das Juntas de Freguesia, anunciou a criação de uma Equipa de Missão para coordenar as operações de apoio às famílias ucranianas residentes ou refugiadas em Lisboa. Abriu um Centro de Acolhimento de Emergência, um espaço com uma centena de camas de campanha, coordenado pela Proteção Civil Municipal, em articulação com a embaixada da Ucrânia, com apoio da Cruz Vermelha, das autoridades de saúde, do Alto Comissariado para as Migrações e da Junta de Freguesia de Campolide. Disponibilizou ainda uma linha para quem procure ou ofereça ajuda.
Na passada quarta-feira, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou a criação de um programa de emergência para os refugiados ucranianos “VSI TUT – TODOS AQUI”, que visa garantir o seu acolhimento e integração na capital. A proposta foi apresentada pelos vereadores de esquerda, mas foi assumida pelo executivo de Carlos Moedas PSD/CDS.
Questionada pela VISÃO sobre se, com este plano, a atuação da Câmara não iria mais além do acolhimento de emergência, Laurinda Alves diz apenas que “tudo será esclarecido na sessão” de segunda-feira. “Este plano é exigente e a responsabilidade tem que ser partilhada e articulada entre muitos”, esclarece.
Ontem à tarde, o Presidente da República esteve na chegada de 260 refugiados da Ucrânia ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, uma iniciativa da sociedade civil, que juntou empresas e as câmaras municipais de Lisboa, Azambuja e Pinhel.
O Governo lançou dia 9 uma plataforma digital “Portugal for Ukraine”, que junta todas as respostas e ações de apoio a pessoas que saíram da Ucrânia em consequência da situação de guerra e de ajuda humanitária.