O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que o cidadão português resgatado em Palma, Moçambique, terá ferimentos “menos graves” do que inicialmente previsto e afirmou estar a acompanhar, com o Governo, o evoluir da situação.
“Em relação a um compatriota, apurou-se que o ferimento pode ser menos grave do que se temia e o resgate ocorreu em termos que, a certa altura, se temia que não fosse possível”, afirmou o Presidente da República aos jornalistas, à margem da comemoração do Dia Mundial do Teatro, no Jardim da Cascata do Palácio de Belém, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu estar a acompanhar juntamente com o Governo, em particular o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a evolução da situação em Palma, onde o cidadão português ficou gravemente ferido numa operação de resgate junto aos projetos de gás natural de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
“Todos nós acompanhamos também as preocupações dos familiares dos nossos compatriotas que lá estavam ou lá estão, ou em serviço humanitário ou em serviço das comunidades para realização de certas prestações para essas comunidades”, solidarizou-se o Presidente da República.
Além do possível envolvimento de cidadãos portugueses, “a situação mais complexa envolve muitos mais nacionais de vários países” e está também a ser “acompanhada momento a momento”, admitiu o chefe de Estado português.
“O Governo português tem acompanhado permanentemente, nomeadamente o senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que também permanentemente, ao longo do dia de ontem, na noite de ontem para hoje, na madrugada de hoje e no dia de hoje tem colocado o Presidente da República ao corrente do que se passa”, contou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que “tudo o que tem vindo a público traduz de forma muito fidedigna aquilo que é a situação vivida” pelos portugueses em Cabo Delgado, “no norte do Estado irmão de Moçambique”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou hoje a existência de um cidadão português ferido na operação de resgate de Palma, vila sob ataque de rebeldes armados desde quarta-feira, onde se está também a tentar identificar outros portugueses para prestar apoio.
Em resposta à agência Lusa, o ministério explicou que o português foi retirado da península de Afungi para receber tratamento médico adicional e que a embaixada em Maputo está a “procurar identificar outros portugueses no local para prestar acompanhamento e apoio”.
O ferido foi depois transportado para Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, 250 quilómetros a sul, por via aérea, a partir do aeródromo do recinto do projeto de gás natural, na península de Afungi, para onde foi resgatado juntamente com outras pessoas.
Cerca de 200 refugiaram-se no hotel Amarula, em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou.
Entre elas há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total.
MHC (GC/LFO) // ROC