Rui Rio defendeu este domingo que o PSD não teve a “hecatombe” que a comunicação social e as sondagens anteviam e que, por isso, apesar de não ter “atingido o objetivo” de vencer as legislativas, o resultado foi “positivo”. O triunfo do PS, disse, “não foi assim tão grande” e, portanto, é prematuro decidir se continua ou sai da presidência dos sociais-democratas.
Numa reação aos resultados que durou mais de 20 minutos, o líder social-democrata assumiu que “para o bem e para o mal” era ele “o primeiro responsável” pelo score destas eleições, mas repartiu as culpas pela conjuntura económica internacional que terá favorecido a governação de António Costa, pelas sondagens que foram publicadas (nomeadamente pela SIC e pelo Expresso) e que apontavam para a maioria absoluta dos socialistas e à “permanente instabilidade” criada pelos adversários internos, com a alegada conivência de alguns jornalistas.
Por isso, garantiu que não houve uma “grande derrota”. “Grande derrota era o que estavam a profetizar”, respondeu aos jornalistas, dizendo que vai refletir “com ponderação, serenidade e maturidade” sobre a hipótese de se manter à frente do partido. Reunirá a sua cúpula e avaliará toda a “envolvente”, realçou Rio.
Já quando interrogado sobre a possibilidade de os críticos voltarem a desafiar a liderança, enfatizou não os pode “controlar”, mas lá deixou escapar que “a próxima direção do PSD” não poderá deixar de considerar as autárquicas de 2021 como uma prioridade.
Rio não revelou, contudo, se o PSD estará disposto a viabilizar Orçamentos do Estado, mas mostrou-se disponível para ajudar o PS a fazer reformas estruturais, como tem vindo a afirmar desde que chegou à presidência do PSD. Uma coisa é certa: vai assumir o lugar de deputado, embora tenha referido, antes das eleições, que as funções não o fascinavam.