Assunção Cristas anunciou este domingo à noite, perante a hecatombe eleitoral do CDS, que não voltará a candidatar-se à presidência do partido. Numa declaração curta, na sede do partido, no Largo Adelino Amaro da Costa, a líder dos centristas assumiu a pesada derrota com “humildade democrática” e anunciou que vai convocar o Conselho Nacional com o intuito de antecipar o Congresso e, aí, afastar-se.
“Agradeço a todos o apoio que nos deram, mas, perante este resultado eleitoral, tomei a decisão de reunir o Conselho Nacional do partido para convocar um Congresso antecipado. Entendo que dei o meu melhor, mas em face dos resultados tomei a decisão de não me candidatar. Tenho a certeza que o CDS encontrará forma de reconstruir o seu futuro”, disse Cristas, não esperando pelo fim da noite e por números mais definitivos do sufrágio.
Poucos minutos depois, na RTP, Nuno Melo, apontado como putativo sucessor, sublinhou a “dignidade” da líder perante “um resultado tão mau”. Uma decisão, afirmou, que “só a enobrece”.
Porém, o eurodeputado manteve o tabu sobre uma eventual candidatura. “Não é seguramente o momento” de falar sobre isso, explicou, realçando que se trataria de um “desrespeito” para os que trabalharam na campanha começar já a “conjeturar” sobre a eventual guerra pela presidência. Para já, acrescentou, o tempo é de “reflexão profunda”.