Quatro anos ou um ano de cada vez. São essas as duas hipóteses que Catarina Martins colocou em cima da mesa, em reação aos resultados das eleições legislativas, que colocam o Bloco como terceira maior força política. Ao contrário da CDU que parece afastar a possibilidade de voltar a assinar um acordo a quatro anos, o BE dá a entender que está disponível a repetir a experiência desta legislatura.
“Não temos tabus. O PS tem todas as condições para formar governo e, se precisar de apoio parlamentar, tem duas possibilidades: uma solução de estabilidade, que deve estar refletida no programa de governo; ou soluções ano a ano”, afirmou aos jornalistas. “Se a primeira não se realizar, o BE mostra a sua disponibilidade para negociar ano a ano.”
De seguida, a líder bloquista elencou as condições necessárias para aceitar um acordo mais ambicioso: reverter medidas de legislação laboral do período de ajustamento, nomeadamente o combate à precariedade, trabalho por turnos e pagamento de horas extraordinárias; “salvar o SNS e garantir que tem financiamento necessário”, “combater a promiscuidade entre público e privado” e caminhar para a exclusividade no SNS; proteger os serviços público e regresso dos CTT ao controlo público; recuperar o investimento público, encontrando soluções para a crise na habitação e transportes; e responder à “emergência climática”.
“Aqui estamos e aqui estaremos em qualquer um dos cenários”, conclui Catarina Martins.
Anteriormente, a coordenadora do BE tinha felicitado o PS e António Costa pela vitória nas eleições e decretado a “derrota histórica” da direita.