Os professores voltaram a fazer-se ouvir nas ruas de Lisboa, com Mário Nogueira, o porta-estandarte da Federação Nacional de Professores (Fenprof) a reunir 1500 pessoas que reivindicam o descongelamento das carreiras em janeiros, a aposentação aos 36 anos de serviçoo e uma revisão dos horários de trabalho.
Arménio Carlos, o líder da CGTP, já tinha deixado a ameaça na entrevista que deu a semana passada à VISÃO: “Na área da Educação o Governo começou bem, mas agora está a patinar (…) Neste momento já há grande descontentamento por parte dos professores. O Governo deve ouvir”.
E com a intenção de fazer António Costa ouvi-los, que os professores marcharam em protesto até à Assembleia da República e à residência oficial do primeiro-ministro.
Com uma faixa de 550 metros de comprimento, onde inscreveram as reivindicações do sector, professores de todo o país juntaram-se a Mário Nogueira para dizer que “os sindicatos não têm nenhum acordo, nem nenhuma posição política. Nada se eleva acima dos interesses dos professores”.
O secretário-geral da estrutura sindical disse ainda aos jornalistas que a resposta à realização ou não de uma greve está do lado do governo.
Os professores contestam também a transferência de competências neste setor para as câmaras municipais e reclamam uma gestão mais democrática das escolas, com o diretor a ser eleito pelos pares e não por um conselho, como acontece atualmente. Querem uma efetiva redução do número de alunos por turma, que abranja todas as escolas e Mário Nogueira ainda aproveitou para reclamar do Ministério da Educação a negociação do despacho de organização do próximo ano letivo.
A deputada do BE Joana Mortágua juntou-se à iniciativa da Fenprof, manifestando-se solidária para com os professores.
“Saudamos a iniciativa do governo de vinculação extraordinária, mas este processo está longe de ser suficiente para integrar todos os docentes precários, alguns há muito anos no ensino”, disse à Lusa.