1. Quais os principais objetivos das ações de formação?
Promover a interiorização da segurança e prevenir a reincidência. Há riscos quando as pessoas adotam determinados comportamentos, seja ao nível da velocidade, do consumo de álcool ou quando decidem enviar uma sms e ver um e-mail enquanto estão a conduzir. O desafio é passar conhecimentos para tomarem decisões mais conscientes, não há um teste de avaliação no final.
2. Que tipo de informação é transmitida a quem excedeu velocidades?
Uma das estratégias com impacto é o simulador, que permite testar os tempos de reação. Contraria aquela fantasia do “eu sou rápido a reagir, eu confio porque tenho um carro especial”. As pessoas quase que se convenceram que têm superpoderes e tentamos desmistificar essas crenças. Procuramos uma participação ativa dos formandos e lançamos perguntas como: quanto tempo se ganha de Lisboa a Évora a 150 km/h em vez de 120 km/h? As pessoas ficam surpreendidas com a resposta [14 minutos].
3. O uso do telemóvel é hoje outra grande preocupação?
Há um perfil a crescer, o das pessoas que dizem que não se conseguem desligar e não veem mal algum em usarem-no no carro. A infração está associada ao facto de se ter o telemóvel na mão, mas a distração cognitiva [que ocorre mesmo com recurso a alta voz, legalmente autorizado] é ainda mais prejudicial do que a distração mecânica e visual. Porque as pessoas estão focadas na conversa. E esse é um exercício mental muito concorrente da tarefa da condução. O tempo de reação quase que duplica.
4. Os participantes assimilam bem essa mensagem?
“Não percebo porque estou aqui, não entendo porque é que isto é uma infração grave, não faz sentido nenhum”, dizem muitas vezes. Não associam um grau de perigosidade a tirarem os olhos da estrada para enviarem uma sms ou um e-mail. Em cinco segundos, sem olharem para a estrada, muita coisa pode acontecer.
5. Acredita que conseguem mudar comportamentos?
Há pessoas que, antes de chegarem à ação de formação, já refletiram e já mudaram, outras que no final nos dizem que valeu a pena e ainda outras que dizem que não vão mudar. Mas acreditamos sempre que alguma coisa levam.