Dia D menos três.
O AGIR fez uma manifestação à porta de Ricardo Salgado e ninguém se despiu. Marinho e Pinto pegou-se com Rui Tavares em direto, na rádio, e Passos Coelho pediu uma “maioria boa”. As palavras “roubalheira” e “amigalhaços” marcaram o léxico da semana e Bagão Félix está de acordo com Jerónimo de Sousa. António Costa contou-nos a história do Capuchinho Vermelho e todos continuam a contar-nos a história da Carochinha. Amanhã fecha acampanha. Domingo é o dia do impacto.
Protesto ‘light’
Numa original ação de campanha, o AGIR resolveu promover um protesto junto da residência de Ricardo Salgado. Mas já não há protestos como antigamente. Depois das fotos em que mostrava a sua gravidez desnudada, esperava-se que Joana Amaral Dias incentivasse os ativistas a fazerem como os gloriosos manifestantes da geração rasca e virassem as nádegas para o portão da sumptuosa moradia. Mas nada, tudo não passou de umas palavras de ordem. Fraquinho…
Bagão e Jerónimo de acordo
Oiçamos Jerónimo de Sousa em campanha: “O voto útil pode ser muito bom para quem o recebe, mas muito mau para quem o dá”. Oiçamos Bagão Félix, na rádio, no dia seguinte: “O voto útil pode ser muito agradável para quem o recebe, mas menos agradável para quem o dá”. E acrescentou: “Mas eu sempre disse isto!” Fosse de quem fosse o copianço, fica provado que os bons espíritos encontram-se…
Porque é que tens umas sondagens tão grandes?
António Costa trouxe um novo colorido à campanha. Primeiro, evocando os submarinos de Paulo portas, os amigalhaços do PSD responsáveis pelo BPN e a respetiva “roubalheira”. Mas a melhor analogia veio mais tarde: “A coligação quer fazer-se passar por avozinha, mas não é mais do que o lobo mau…” Depois de os políticos nos andarem a contar histórias da Carochinha, o Capuchinho Vermelho não é mau, para desenjoar.
BPN com rabo de fora
BPN escondido com rabo de fora, eis a frase que bem podia ilustrar o que foi revelado esta semana, em plena reta final da campanha. Afinal, a coligação PSD/CDS, que tanto criticou o anterior Governo por disfarçar os défices e esconder os números, também terá consentido por Maria Luís Albuquerque a revisão em baixa das imparidades do BPN, a cargo, agora, da Parvalorem, empresa criada para gerir os ativos tóxicos herdados pela nacionalização. Tudo para compor o défice de 2012. E os tipos da troika “comeram-na”! Estes, sim, é que são uns amigalhaços…
Passos, Costa e Jeesus, os dicursos da noite
No domingo, 4 de outubro, vamos ter um dia emocionante: ficaremos a saber quem fica em 1.º lugar. Será, evidentemente, uma classificação provisória: ainda há muito campeonato.
O FC do Porto recebe o Belenenses, o Sporting recebe o Vitória de Guimarães, e o Benfica vai à Madeira, jogar com o União local. Entretanto, o vencedor da noite eleitoral (parece que também há eleições) vai ter de gerir ao minuto a sua declaração de vitória: será que Passos Coelho falará antes de Jorge Jesus? E António Costa, espera ouvir, primeiro, o discurso de Rui Vitória? Já Paulo Portas estará atento ao flash interview de Julen Lopetegui, antes de comentar os resultados no Porto?
A chama imensa
Há quem não perdoe a António Costa aquela ideia de aproveitar a força de trabalho dos refugiados para limpar florestas. Vai daí, um popular abordou o líder do PS com um cartaz onde se lia: “Há outro caminho políticos a limpar florestas”. O que não será uma boa ideia, porque quase todos têm tido um discurso um bocado… incendiário.
Maioria boazona
As maiorias podem ser simpáticas, amplas, confortáveis ou estáveis. Mas nunca absolutas, que o eleitor pode desconfiar. Passos Coelho preferiu dizer “boa”, enquanto piscava o olho aos portugueses, como quem diz uma brejeirice. E citou Octávio Machado: “Vocês sabem do que estou a falar…” Os eleitores mais cúmplices e malandrecos olharam em redor, à procura da minissaia, mas o que estava lá era uma suposta… maioria. Ora bolas!
Volta, Manuela, estás perdoada
Desde que Marinho e Pinto foi convidado de Manuela Moura Guedes, num célebre Jornal de sexta da TVI, que não se ouvia nada assim. Num debate entre partidos emergentes, na Antena 1, o ex-bastonário atirou-se como gato a bofe a Rui Tavares e quando o candidato do Livre tentou reagir já tinha levado dois ganchos da direita. “Está ao serviço do António Costa!”, vociferava o líder do PDR. “Tem uma lista de fantoches!”, acrescentava.
“Fizeram umas primárias para encontrar candidatos, e, por coincidência, os escolhidos foram o sr. Rui Tavares, a Ana Drago e o Sá Fernandes!”, concluía. Rui Tavares só teve tempo de alertar contra os partidos que tentavam impor-se pela estridência…
Até tu, meu filho?
“Conheço António Costa há muitos anos. (…) É uma pessoa que, à frente dos destinos de Portugal, vai, certamente, ajudar a levar o País para a frente. (…) Eu confio nele”. Quem disse isto? Mário Centeno? Helena Roseta? Fernando Medina? Não. Foi o produtor de espetáculos Luís Montez, por acaso genro de Cavaco Silva. Vai haver chatice…