No entender da ministra e militante social-democrata,”o Governo tem condições para se manter” e “há um número, apesar de tudo, largo de soluções que podem ser adotadas” para “evitar um agravamento da situação”.
Paula Teixeira da Cruz prestou estas declarações aos jornalistas sobre o estado da coligação governamental entre PSD e CDS-PP na Assembleia da República, depois de ter sido ouvida na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
“Vamos dar a ambos os líderes e às direcções legítimas de ambos os partidos algum tempo e algum espaço para a construção das várias soluções que são possíveis”, aconselhou a ex-vice-presidente do PSD, frisando que considera que “a situação é difícil”, mas “recuperável”.
Interrogada se essa “recuperação” pode ser conseguida com os actuais presidentes dos dois partidos da coligação, ou exige outras lideranças, Paula Teixeira da Cruz retorquiu: “Somos todos recuperáveis”.
“Eu penso é que há que encontrar uma solução, essa solução vai ser encontrada e nós vamos, com certeza, começar a dobrar o Cabo das Tormentas, isso é que é desejável”, reforçou.
A social-democrata observou que “ambos os líderes terão a sua responsabilidade nessa matéria”.
Questionada sobre a situação política decorrente do pedido de demissão de Paulo Portas do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, a ministra da Justiça começou por afirmar: “Tenho a certeza que os dois líderes dos dois partidos da coligação vão encontrar uma forma adequada para continuar a fazer um trabalho cujos primeiros indicadores positivos já temos neste semestre”.
“Há várias formas em que os dois líderes se podem naturalmente entender. Isso é desejável, a bem da nossa situação. O Governo tem condições para se manter, mas ambos os líderes dos partidos que suportam a coligação têm objetivamente a obrigação de encontrar uma solução construtiva, e não tenho dúvidas de que o farão”, acrescentou.
A ministra sustentou que “seria, de facto, desastroso para o país que não houvesse um entendimento e que não houvesse a construção de uma solução”.
Paula Teixeira da Cruz referiu que “dentro do Governo o ambiente sempre foi um ambiente saudável”. Instada a avaliar a decisão de Paulo Portas de pedir a sua demissão, respondeu apenas: “A cada um a sua liberdade e a sua responsabilidade”.