Em reacção, Vitalino Canas considerou as declarações de Nascimento Rodrigues “um pouco surpreendentes, infelizes, que não prestigiam o Provedor de Justiça e o cargo que ele exerce”
O porta-voz dos socialistas disse também à Lusa que as críticas são “desmentidas pelo próprio Provedor de Justiça, porque ele reconhece que foi eleito por um mandato do PS há alguns anos atrás”.
“O actual Provedor foi reconduzido no cargo quando estava em funções um governo do PSD sem que nessa altura se tenha ouvido dele algum queixume pelo facto do seu mandato coincidir com o exercício do governo, pelo partido que o indicou”, explicou.
Vitalino Canas disse também que não lhe “parece bem que uma pessoa que exerce um determinado cargo se prenuncie e procure condicionar a escolha do seu sucessor”, como “implicitamente o Provedor está a tentar fazer”.
“Não me parece que seja função do Provedor da Justiça estar a prenunciar-se sobre como os partidos devem escolher o seu sucessor, qual o perfil que deve ter, qual o partido que o deve designar. Isso é uma atitude bastante atípica que não é aceitável”, disse, referindo que “não é uma questão essencial que o Provedor seja proveniente do partido da oposição”.
“Houve muitas vezes Provedores de Justiça que coincidiram com governos do PSD e foram propostos pelo PSD”, concretizou.
“Compete-lhe defender os direitos dos cidadãos com naturalidade e independência e não compete entrar na luta política partidária ou no diálogo político partidário”, acrescentou Vitalino Canas.