Numa conversa telefónica de uma hora, Niinisto falou também na necessidade de garantir a segurança das centrais nucleares na Ucrânia, algumas das quais estão sob controlo das tropas russas.
“Numa conversa centrada exclusivamente na guerra na Ucrânia, o Presidente Niinisto salientou o agravamento da catástrofe na Ucrânia e o profundo sofrimento humano, que está a ter um profundo efeito na opinião ocidental”, disse a Presidência finlandesa, citada pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.
Niinisto “sublinhou a necessidade de alcançar um cessar-fogo imediato” e de assegurar a saída de civis em segurança através de corredores humanitários.
O Presidente finlandês também informou Putin de que tinha falado horas antes com Zelensky e mencionou a disponibilidade do líder ucraniano para falar com o líder russo.
Na conversa com Zelensky, Niinisto reiterou o apoio e solidariedade do povo finlandês para com a Ucrânia, de acordo com outra declaração da Presidência finlandesa.
A conversa com Putin foi encorajada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que fizeram ambos várias tentativas de interceder junto do líder russo desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
No final de um encontro na Turquia entre os chefes de diplomacia russo e ucraniano, na quinta-feira, as autoridades turcas manifestaram-se esperançadas numa cimeira entre Putin e Zelensky.
A conversa de hoje surgiu num momento de particular tensão entre a Finlândia e a Rússia, já que Helsínquia está a reconsiderar a sua política tradicional de neutralidade na sequência da invasão russa da Ucrânia.
A agressão russa provocou uma mudança histórica nas atitudes finlandesas em relação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), com uma clara maioria de finlandeses a favor da adesão pela primeira vez.
Segundo uma sondagem recente, a percentagem de finlandeses que se opõem à adesão à NATO caiu de 43% para 28% em pouco mais de um mês, enquanto os que são a favor subiram de 30% para 53%.
A Finlândia enviou armas para a Ucrânia, a primeira vez que forneceu armas letais a um país em guerra, e está a discutir a possibilidade de se candidatar à adesão à NATO.
Esta possibilidade levou o Kremlin a ameaçar a Finlândia e a Suécia com “graves consequências político-militares” se, eventualmente, decidirem candidatar-se à NATO.
A Finlândia é o segundo país europeu – depois da Ucrânia – que partilha o maior número de quilómetros de fronteira com a Rússia.
A guerra na Ucrânia entrou hoje no 16.º dia, sem que se conheça o número exato de baixas civis e militares.
A ONU contabilizou 564 mortos e 982 feridos civis, até quinta-feira, incluindo 41 crianças mortas e 52 feridas.
Também segundo dados da ONU, a guerra forçou 4,5 milhões de pessoas a fugir de casa, das quais 2,5 milhões procuraram refúgio nos países vizinhos, na pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e levou à imposição de sanções à Rússia em praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
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