Na sua primeira declaração pública desde a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições de terça-feira, a candidata derrotada agradeceu a confiança que os democratas nela depositaram e apostou numa mensagem de esperança. “O resultado não foi o que eu queria”, admitiu, ao mesmo tempo que assegurava que “a luz da América vai continuar presente”.
Dizendo-se “orgulhosa” da campanha e da forma como a fizeram, Kamala fez questão de dizer aos milhares de democratas na Universidade Howard, em Washington, que o caminho é “aceitar os resultados destas eleições”.
“Quando perdemos uma eleição, aceitamos os resultados. Este é o princípio que distingue a democracia da monarquia ou da tirania”, insistiu, sublinhando que aceitar a derrota não é desistir da luta que alimentou a sua campanha: pela liberdade, pela igualdade de oportunidades, pela justiça e pela dignidade de todos, ideias que, considera, “refletem a América no seu melhor”.
“É normal estarmos tristes e desapontados. E eu sei que disse, durante a campanha, que quando lutamos, ganhamos. Mas às vezes a luta demora tempo. E não significa que não ganhemos”, defendeu, antes de deixar a multidão a reagir entusiasticamente com uma ovação à tirada: “Não é altura de baixarmos os braços, mas de arregaçarmos as mangas.”
A declaração, que estava agendada para as 21h00 desta quarta-feira mas começou com quase meia hora de atraso e foi marcada para Universidade Howard, em Washington, no mesmo local onde os seus seguidores se reuniram na noite de terça-feira na esperança de celebrar uma vitória, acabando por ser mandados para casa por um dos coordenadores da campanha. A instituição foi escolhida por ser uma instituição histórica da comunidade afro-americana nos Estados Unidos, onde se licenciou em Ciência Política em 1986.
Antes, a candidata democrata telefonou ao seu adversário republicano para o felicitar pela vitória nas eleições de terça-feira e falar de uma transferência pacífica de poder.