O independentista Carles Puigdemont voltou à Catalunha esta quinta-feira e deixou a região num completo alvoroço. Recorde-se que o catalão, que protagonizou a declaração unilateral de independência da Catalunha de 2017, vive no estrangeiro desde esse momento para conseguir fugir à justiça espanhola.
Apesar de ser alvo de um mandado de detenção em território nacional, Puigdemont conseguiu esta quinta-feira surgir em público numa concentração de milhares de apoiantes, cerca de 3000 pessoas, no centro de Barcelona sem ser detido. O fugitivo tinha anunciado na quarta-feira que estaria na sessão parlamentar, convocada para investir o socialista Salvador Illa presidente do governo regional.
A polícia da Catalunha – Mossos d’Esquadra – acionou um dispositivo especial para tentar localizar o dirigente separatista, numa operação com o nome “jaula”. Segundo os principais órgãos de comunicação social da região, estes detiveram um dos seus agentes, que é dono do carro em que a polícia pensa que Puigdemont fugiu, nas imediações do parlamento regional. Já foram cortadas diversas estradas, como a autoestrada que liga a Catalunha ao sul de França, com os carros a serem inspecionados.
Segundo o El Pais, o sindicato da Polícia Unificada (SUP, o segundo por número de votos entre os oficiais) exigiu que os Mossos d’Esquadra deixem a operação de prender Carles Puigdemont para a Polícia Nacional e a Guarda Civil.
Jacobo Rodriguez, o porta-voz, referiu a operação “como uma falha absolutamente monumental para prender Puigdemont”. “Eles não só foram incapazes de cumprir o mandado de prisão emitido pela Suprema Corte, mas ainda permitiram que um fugitivo da justiça entrasse e saísse à vontade, brincando com o nosso sistema judicial”, acrescentou.