No Cairo, Blinken reuniu-se hoje com o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, para discutir formas de alcançar um cessar-fogo, antes de uma reunião com os chefes da diplomacia de cinco países árabes – Egito, Qatar, Arábia Saudita, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.
Os chefes da diplomacia destes cinco países já apelaram conjuntamente a “um cessar-fogo completo e imediato” e à “abertura de todos os pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza”, de forma a permitir a passagem da ajuda humanitária.
Paralelamente, em Doha, prosseguem as conversações para uma trégua entre representantes dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito.
O chefe da Mossad, os serviços secretos israelitas, David Barnea, e o chefe da CIA, William Burns, deverão reunir-se sexta-feira em Doha, anunciou o governo israelita.
Nas negociações indiretas — Estados Unidos, Egito e Qatar estão há várias semanas a tentar mediar um acordo de cessar-fogo no conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza – Blinken disse que os mediadores trabalharam com Telavive para apresentar uma “proposta forte”.
“As lacunas estão a diminuir e penso que um acordo é muito possível”, disse Blinken numa entrevista concedida à rede al-Hadath, na Arábia Saudita.
O Hamas rejeitou a proposta, ainda por conhecer, mas voltou a apresentar outras exigências que os mediadores estão a analisar, sublinhou o chefe da diplomacia norte-americana.
Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, apresentaram hoje pela primeira vez na ONU um projeto de resolução que apela a um “cessar-fogo imediato” no território palestiniano, mergulhado numa grave crise humanitária após cinco meses e meio de guerra.
A mudança de posição foi anunciada quarta-feira por Blinken na Arábia Saudita, primeira etapa da sexta digressão pelo Médio Oriente desde o início da guerra, que prosseguirá na sexta-feira em Israel.
Hoje, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que pelo menos 65 pessoas tinham morrido em ataques israelitas nas últimas 24 horas. Testemunhas relataram ataques no centro do território e combates em torno do hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, no norte.
O Ministério da Saúde de Gaza elevou o número de mortos no território para cerca de 32.000 palestinianos. O ministério não faz distinção entre civis e combatentes na contagem, mas diz que as mulheres e as crianças representam dois terços dos mortos.
Uma agência das Nações Unidas alertou para o facto de “a fome estar iminente” no norte de Gaza.
Os militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas no ataque surpresa de 07 de outubro a partir de Gaza, o que desencadeou a guerra, e fizeram reféns outras 240. Estima-se que o Hamas ainda mantém cerca de 100 pessoas como reféns, bem como os restos mortais de outros 30.
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