Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral, António Guterres, compareceu na conferência de imprensa diária na sede da ONU, em Nova Iorque, com um cachecol ao pescoço e disse em tom de brincadeira: “Não estou a usar este cachecol como acessório, mas porque está frio [no edifício]”.
Esclareceu que os serviços essenciais da sede não foram afetados e que, se algumas das entradas foram desativadas a partir de uma determinada hora, isso deve-se ao pouco tráfego durante a tarde.
Mas fontes das delegações que trabalham diariamente na sede confirmaram à agência noticiosa espanhola EFE que há instruções para encurtar as reuniões durante a tarde, a fim de economizar na conta de energia.
“Não é tanto um problema de orçamento, mas de liquidez, que tem a ver com o momento em que os países pagam as suas dívidas […]. Não estamos a receber as receitas tão cedo quanto gostaríamos”, disse Dujarric, que não mencionou nenhum dos Estados incumpridores.
A 25 de janeiro, Guterres enviou uma carta a todos os Estados membros, na qual sublinhava preocupação com o facto de a falta de liquidez poder afetar algumas das funções da organização.
“Sou forçado a aplicar medidas agressivas […] para evitar o não pagamento das nossas obrigações em agosto”, afirmou.
Guterres salientou que 142 Estados pagaram a totalidade das respetivas quotas em 2023, o que gerou pagamentos em atraso de 859 milhões de dólares (794 milhões de euros), o valor mais elevado da sua história.
A carta de Guterres já previa alguns dos cortes, como o adiamento de pagamentos de bens e serviços, a minimização de contratos com consultores e peritos, a suspensão de trabalhos de construção e manutenção e a implementação de poupanças de energia.
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