O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) criticou na sexta-feira a violência contra jornalistas nas Honduras, após o homicídio de um locutor de rádio, e apelou a uma maior proteção dos profissionais da informação.
O “ACNUDH condena o assassínio em Danlí, a 21 de dezembro, do comunicador social Francisco Ramírez Amador, que contava com medidas de proteção”, disse o gabinete do comissariado nas Honduras.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), a organização instou o Estado hondurenho a “reforçar a proteção daqueles que exercem a liberdade de expressão” e apelou a uma “investigação rápida do caso”.
Ramírez, que também trabalhava para o Ministério Público hondurenho e que já tinha sido alvo de um atentado em maio, foi baleado por homens armados na noite de quinta-feira, na cidade de Danlí, no departamento de El Paraíso, na fronteira com a Nicarágua.
De acordo com um relatório da Polícia Nacional das Honduras, publicado pelo jornal ‘La Tribuna’, o locutor de 39 anos morreu com três ferimentos de bala, dentro do seu veículo.
A ministra hondurenha dos Direitos Humanos, Natalie Roque, condenou “o assassínio do comunicador Francisco Javier Ramírez Amador e os ferimentos sofridos pela sua escolta policial” e manifestou “solidariedade à sua família e entes queridos”.
“Este ato criminoso vai contra os princípios fundamentais dos direitos humanos e da liberdade de expressão”, afirmou Roque, numa publicação na rede social X.
A ministra sublinhou que Ramírez tinha “proteção do Mecanismo Nacional de Proteção desde maio de 2023, incluindo escolta policial e realojamento temporário pelo Mecanismo de Assistência Humanitária” da Direção de Proteção de Pessoas Deslocadas Internamente.
“O Tribunal Interamericano de Direitos Humanos sublinha que a segurança dos defensores dos direitos humanos e dos comunicadores sociais é fundamental para a democracia e o Estado de Direito. O trabalho deles é vital e merece a máxima proteção”, disse Roque.
A ministra também instou “as autoridades competentes a realizarem uma investigação rápida, de acordo com as normas internacionais”.
A polícia das Honduras anunciou ter formado uma equipa multidisciplinar para investigar o homicídio de Ramírez.
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