“Eles são tidos como mandantes dos caçadores furtivos, com enfoque para o rinoceronte, e foram detidos na posse de oito chifres de rinocerontes”, declarou Hilário Lole, porta-voz do Sernic, durante uma conferência de imprensa na capital moçambicana.
Os suspeitos foram detidos em Maputo, como resultado de uma operação do Sernic, que contou com o apoio da Administração Nacional das Áreas de Conservação e outras organizações não-governamentais ligadas à conservação.
Segundo o Sernic, a quantidade de chifres apreendidos durante a operação está estimada em cerca de 30 milhões de meticais (459 mil euros).
“Estes indivíduos vinham sendo procurados há quatro anos porque havia indícios de que eles eram mesmo os líderes. São eles que adquiriam tudo que é equipamento para os caçadores furtivos, estamos a falar das armas de fogo e mantimentos”, explicou o porta-voz do Sernic, acrescentando que um dos detidos é também procurado pela polícia sul-africana.
A caça furtiva em Moçambique tem sido uma grave ameaça à vida selvagem no país, tendo reduzido drasticamente algumas espécies, segundo dados oficiais.
De acordo com os últimos dados da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), desde 2009, o país perdeu pelo menos dez mil elefantes e, só na Reserva do Niassa (no norte do país), o número total desta espécie passou de 12.000 para 4.400 em três anos (entre 2011 e 2014).
Relatórios mais recentes indicam que o país perdeu, entre 2011 e 2016, 48% da população de elefantes.
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