A chamada de atenção para a alteração surgiu, na semana passada, dia 10, por um grupo de 30 cientistas, incluindo quatro portugueses do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Já esta semana, a Organização Mundial de Saúde confirmou que o iria fazer e que está a trabalhar nisso.
Os especialistas que publicaram o documento, onde explicam o porquê da “necessidade urgente”, descreveram o atual nome como “impreciso”, “discriminatório” e “estigmatizante”. “No contexto do atual surto global, a referência contínua e a nomenclatura deste vírus sendo africano não é apenas imprecisa, mas também discriminatória e estigmatizante. A manifestação mais óbvia disso é o uso de fotos de doentes africanos para retratar as lesões da varíola nos media. Recentemente, a Associação de Imprensa Estrangeira da África emitiu um comunicado pedindo aos media que parassem de utilizar imagens de africanos para destacar o surto na Europa”, lê-se no documento.
Os cientistas afirmam ainda que é preciso encontrar “um sistema de nomenclatura prático e neutro”, sempre tendo em vista “uma comunicação eficiente sem o risco de mais equívocos, discriminação e estigmatização”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que a organização está a trabalhar com os parceiros e os especialistas de todo o mundo para mudar o nome, garantindo que o anúncio sobre o novo nome será feito “o mais rápido possível”.
A próxima semana vai ser decisiva para perceber se o surto de monkeypox representa uma emergência internacional de saúde pública, já que Ghebreyesus convocou uma reunião com o Comité de Emergência. Esta é a sexta vez que o este comité da OMS se reúne para avaliar o risco de uma doença.