Se antes dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim já tinha uma política zero Covid-19, agora existe uma fortaleza dentro da cidade: a arena. O sistema de “circuito fechado” significa que as instalações dos Jogos estão agora totalmente separadas do resto de Pequim.
De entre as várias medidas de proteção destacam-se os locais de testagem, com polícias e profissionais de saúde com equipamentos de segurança completo, assim como os autocarros que transportam atletas e outros participantes entre os locais. Tom Cheshire, correspondente da Sky News no local, garante que as autoridades foram mais longe: pediram os moradores de Pequim para não ajudarem nenhum veículo olímpico envolvido em acidentes.
Todos participantes nos Jogos são obrigados a realizar testes à chegada do aeroporto e, por isso, o Comité Organizador já contabilizou 200 casos desde 23 de janeiro, entre chegadas ao aeroporto e os que já estão no circuito.
Apesar de tudo, garante a testemunha ocular, já houve mais casos de dentro do circuito do que de fora. Mas esses poucos casos – a cidade olímpica registou 24 novos casos na segunda-feira – significam que a cidade está “ansiosa” e a realizar testes.
“A maioria das pessoas que conheço já comprou vários alimentos e frutos secos, enlatados e congelados suficientes para durar algumas semanas”, lê-se no relato. “As pessoas podem ter azar porque mesmo que o local onde estão permaneça livre de Covid-19, a qualquer momento, o código de saúde – uma aplicação no telefone que rastreia o histórico de localização, necessário para entrar em qualquer local público, seja um supermercado, restaurante ou parque – pode dar um sinal do verde ao amarelo, ou até mesmo vermelho, notificando as autoridades de um eventual contacto”, tendo de ficar em confinamento.
Qualquer pessoa que teste positivo tem de ficar em isolamento após a confirmação do resultado, sem permissão de saída até que seja considerado seguro. Por exemplo, os casos positivos assintomáticos precisam de dois testes negativos consecutivos com 24 horas de intervalo.
Ao contrário de Tóquio, no verão passado, todos os participantes dos Jogos têm de ser vacinados ou ficar em quarentena durante 21 dias. “Depois de passar por isso e entrar no circuito fechado, percebe-se que, na verdade, se está num lugar muito seguro”, disse o epidemiologista Brian McCloskey, que lidera o painel do Comité Olímpico Internacional que aconselha a China sobre os protocolos.
McCloskey espera que o número de casos diminua nas próximas semanas. “Como há menos pessoas novas a entrar no sistema, a taxa de positividade provavelmente diminuirá, mas o que precisamos fazer é garantir que controlamos isso diariamente, duas vezes ao dia”, disse.