“Merecemos sem dúvida saber o que há nos nosso aviões”, ouve-se um piloto dizer no encontro com responsáveis da Boeing, em novembro, semanas depois de um voo da Lion Air se ter despenhado no Mar de Java, na Indonésia, provocando a morte a 189 pessoas.
Na reunião, os pilotos exigem informações sobre o sistema MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System que os relatórios preliminares implicam neste acidente e no que se seguiu, em março deste ano, quando outro 737 Max operado pela Ethiopian Air caiu, com 157 pessoas a bordo.
Uma funcionalidade de estabilidade integrada no programa terá impedido os pilotos de retomarem o controlo, levando à queda das aeronaves.
O áudio obtido pela CBS News permite ouvir um responsável da construtora americana dizer aos pilotos que talvez daí a seis semanas houvesse atualizações do software, mas que a companhia não queria apressar o processo.
Com uma atualização de software anunciada em março, mas alvo de sucessivos atrados, a Boeing explicou que se tornaria mais fácil aterrar, não sendo necessário desabilitar o MCAS para conseguir evitar um desastre.
Na altura, os pilotos queixaram-se de não estar a par do sistema, o que um representade da Boeing corroborou.
“Estes tipos nem sabiam que o raio do sistema estava no avião”, ouve-se um piloto lamentar, referindo-se, aparentemente, aos pilotos da Lion Air.
Os 737 Max 8 e 9 estão em terra desde o acidente da Ethiopian Air.