
As suspeitas do uso de bots por parte da campanha do canditado do PSL adensaram-se e voltaram à ordem do dia com um artigo sobre joalheria publicada pelo Folha de São Paulo a receber vários comentários sobre os quais se pode dizer que são, no mínimo, a despropósito.
O artigo que continua a palavra “bolso” (uma das alcunhas de Bolsonaro) terá atraído a atenção dos bots, que se precipitaram em defesa do candidato da direita: “Cadê as provas, @Folha?! Não tem, né?! Pq não existem! Vcs estão com medo de perder os milhões que o governo PT banca vc, né?!”, comenta um perfil registado como Samara Pontes. Outro, de Eline Täger, considera que “Ta na hora desse jornaleco ser investigado”. “#FolhaFake News”, lê-se em vários outros comentários.
Publicado da revista do Folha, outro texto, desta feita sobre culinária, mas com a palavra “bolovo”, um salgado também conhecido como “ovo à escocesa”, mereceu igualmente manifestações de apoio a Bolsonaro: #NaRuaComBolsonaro”, comentaram, por exemplo, Tiago AntiPT e Veronica Lucia.
O Folha de São Paulo já anunciou que “entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira (23) solicitando à Polícia Federal que instaure inquérito para apurar ameaças contra uma jornalista e um diretor da empresa”.
Na semana passada, uma análise da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelava que 70,7% das publicações do PSL no Twitter, na semana entre 10 e 16 de outubro, tinham sido feitas por máquinas. E em julho um levantamento realizado pelo instituto InternetLab concluia que 400 mil seguidores de Bolsonaro no Twitter são robôs.
Os bots são programados para partilhar, interagir e fazer volume nos perfis de forma automatizada e um estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) concluiu que tanto no Brexit como nas eleições dos EUA, estes bots parecem ter desempenhado um papel com alguma relevância.