O declínio no número de visitantes depois do sismo de 2011 e consequente crise nuclear de Fukushima foi o argumento usado pelo operador responsável pelo Inubosaki Marine Park Aquarium para justificar o encerramento do local, no início deste ano. Só que nas instalações permanecem Honey, o golfinho fêmea que era a estrela do aquário, 46 pinguins e centenas de peixes e répteis.
Um responsável do departamento de Saúde e Bem Estar da prefeitura japonesa de Chiba garantiu à agência Reuters que os animais têm sido alimentados regularmente, mas fotos e vídeos captados a partir do exterior em março e já este mês mostram Honey a flutuar numa piscina minúscula num espaço claramente abandonado. Outras imagens mostram pinguins cobertos de poeira empoleirados numa estrutura em risco de desmoronamento e rodeados de detritos.
O golfinho foi capturado em 2005 perto de Taiji, uma cidade portuária que se tornou conhecida pela sua caçada anual a estes animais, tema do documentário The Cove – A Baía da Vergonha, vencedor de um Oscar em 2009. A caça implica atrair centenas de golfinhos até uma baía, a partir de onde ou são mortos – para comercializar a sua carne – ou vendidos a parques temáticos. A toda a atenção que o filme mereceu seguiu-se uma onda de críticas ao costume dos aquários japoneses comprarem golfinhos de Taiji.
“Honey é um símbolo dos dois problemas, dos parques e da caça”, lamenta Akiko Mitsunobu, responsável pela área dos aquários de um grupo local de defesa dos direitos dos animais. “Quando fomos ver as instalações, ela mostrava sinais de stress, ao pôr, debilmente, a cabeça dentro e fora de água”.
Segundo a Reuters, todas as tentativas de contactar o Inubosaki Marine Park se revelaram infrutíferas.
As notícias sobre os animais abandonados tornaram-se rapidamente virais nas redes sociais, com os utilizadores a partilharem as imagens captadas pelos ativistas com a hashtag #SaveHoney.