James Comey, o ex-diretor do FBI que Donald Trump despediu, vai falar hoje numa audiência pública perante a Comissão de Serviços de Informação do Senado.
Trump foi duramente criticado e acusado de “obstrução” à Justiça por não querer que Comey – que nem tinha chegado a meio do seu mandato de 10 anos – investigasse as ligações russas à sua campanha presidencial.
Na audiência, que começa às 15 horas (hora de Portugal), o antigo homem forte do FBI deverá carregar nas letras e considerar que o presidente republicano obstruiu a Justiça ao retirá-lo do cargo porque este iniciou uma investigação sobre a ingerência russa nas eleições americanas.
Recorde-se que a primeira baixa na equipa de Trump foi o General Micheal Flynn, o ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional, e que Comey pediu mais verbas exatamente para o investigar depois de se saber que este tinha mantido contactos com diplomatas russos.
Antes da audiência pública, a Comissão de Serviços de Informação do Senado revelou a carta de sete páginas – ou testemunho escrito – de James Comey onde este refere que Trump lhe exigiu “lealdade”, mas, depois, pediu-lhe que “deixasse ir Michael Flynn” porque “é um homem bom”. Depois destas palavras, Comey, segundo o seu testemunho, pediu a Jeff Sessions, o equivalente a ministro da Justiça, para não ter mais conversas a sós com o presidente, mas este não respondeu.
Os representantes democratas e republicanos vão, também, tentar saber mais detalhes das reuniões entre Trump e Comey.
A audiência, que começa às 10 horas de Washington, vai ter grande cobertura mediática. Várias televisões prepararam programas especiais e alguns bares anunciaram que vão abrir mais cedo para servir “covfefe cocktails” ( “covfefe” foi uma palavra usada por Trump no twitter, mas que ninguém sabe o que quer dizer) enquanto aludem que este é o “Super Bowl de Washington”.
Uma das perguntas para 1 milhão de dólares? Será que Trump vai escrever no twitter durante a audiência para responder a Comey?