A possibilidade de o Daesh estar a reivindicar ataques como o que aconteceu em Londres, na passada quarta-feira, para desviar as atenções das derrotas que tiveram no Iraque e na Síria está a ser avançada por alguns analistas, segundo o The Independent.
O autoproclamado Estado Islâmico anunciou ontem que Khalid Masood, autor do ataque que originou cinco mortos e 40 feridos, era “um soldado do Estado Islâmico” e que “levou a cabo a operação em resposta aos apelos de atingir cidadãos dos países da coligação”. No entanto, não foram encontradas ligações entre o atacante e o Daesh.
Para os especialistas, neste ataque de Westminster, “a falta de informações e especificidades biográficas sugerem que o ISIS não comissionou ou facilitou diretamente o ataque”, escreve o jornal britânico.
“Quando não ordena diretamente o ataque, o ISIS faz uma espécie de processo de seleção e de verificação dos antecedentes, de forma a perceber se aquela pessoa já esteve, de alguma forma, em contacto com membros do ISIS”, explicou ao The Independent Jean-Marc Rickli, um investigador do King’s College London.
Portanto, embora queira propagar e reafirmar a sua imagem ao reivindicar estes ataques, o Daesh não o faz de forma leviana –investiga muito, para conseguir manter credibilidade.
Mas não é assim tão difícil encontrar ligações anteriores com membros do autoproclamado Estado Islâmico. Apesar de existirem pessoas que atacam sozinhas, Jean-Marc Rickli diz que estes “lobos solitários” (como são chamados) são muito raros. Muitos deles até podem atacar sozinhos, com as suas próprias regras, mas é muito frequente fazerem parte de grupos extremistas online, conta Renad Mansour, investigador Middle East and North Africa Programme at Chatham House.