“Os investidores estão maravilhados com o facto de [Donald Trump] eliminar as regulações, deixando-os ter mais lucro; claro que isso vai levar a outra crise, mas esse não é um problema dele. Os contribuintes tratarão disso.”, declarou o economista, linguista e historiador Noam Chomsky, ao AlterNet.
Para Chomsky, o poder de impacto do novo Presidente dos EUA nos mercados, que se verificou pelo aumento dos valores das ações – depois das eleições de 8 de novembro, o mercado de ações norte-americano atingiu números recorde –, está a chegar ao fim, deixando uma possível crise financeira cada vez mais perto. “O antissistema é quase uma piada”, disse. “Olhem para o Trump e vejam quem é que ele nomeou para o gabinete”.
Como exemplo, o também professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts referiu o nome da Secretária do Tesouro, Steve Mnuchin, que veio de uma grande firma de investimento, a Goldman Sachs, onde esteve quase 20 anos.
“Este gabinete foi desenhado a partir da classe bilionária, grande parte dela oriunda de instituições financeiras, militares e por aí em diante; na verdade, dêem uma olhada no mercado de ações, que revela o quanto antissistema ele é”, acrescentou.
Donald Trump tem referido muitas vezes o crescimento do mercado como um sinal de sucesso da sua administração. No entanto, diz o AlterNet, Noam Chomsky não é o único a prever uma crise. O jornal nova-iorquino The Wall Street Journal, tendencialmente de direita, também alertou para problemas.
O problema, como explica Shawn Tully, editor da revista de negócios Fortune, é que os mercados já se mobilizaram tanto e os investidores elevaram tanto a fasquia para o desempenho corporativo que, mesmo que Donald Trump implemente as reformas que prometeu, “os retornos valiosos podem estar fora do alcance”.