Primeiro: Nestes momentos trágicos, importa começar por condenar os atentados e dizer que, em qualquer parte do mundo, o terrorismo é sempre inaceitável e condenado sem hesitação.
Segundo: É preciso esperar e perceber o que aconteceu e não haver precipitação nos julgamentos.
Terceiro: Percebemos ainda melhor o que é viver sob a permanente ameaça terrorista como aconteceu aos refugiados. Hoje podemos compreendê-los também enquanto vítimas de terrorismo.
Quarto: Qualquer confusão entre refugiados e terroristas é ser cúmplice do ISIS, que tem como objetivo último não só provocar o terror mas fazer com que deixemos de ser quem somos e começarmos a agir de uma forma que não respeita o Estado de Direito e os Direitos Humanos, e, sobretudo, cometermos a inequidade de confundir as vítimas com os agressores.
Obviamente, estes acontecimentos vão provocar ondas de choque nas opiniões públicas, havendo o risco de um aumento da hostilidade face ao acolhimento de refugiados. Por isso, a missão da PAR torna-se ainda mais importante neste momento na promoção de uma cultura de acolhimento e integração a quem fugiu de quatro anos de guerras e de atos terroristas como este no seu quotidiano.
A PAR continuará o seu trabalho com redobrado sentido de missão porque, além de tudo, seria inqualificável que centenas de milhares de pessoas que estão à espera de abrigo na Europa depois de terem sido vítimas na sua terra serem vítimas na nossa. Vítimas dos mesmos terroristas.
A reação da opinião pública tem sido visível nas redes sociais e também nos contactos. É compreensível o medo e a confusão que as pessoas sentem, mas importa dar uma resposta serena e determinada porque a forma como respondermos dirá muito sobre quem somos.