“A kalachnikov e o lança-rockets utilizados pelos irmãos Kouachi foram comprados por Coulibaly nas proximidades da Gare do Midi, em Bruxelas, por menos de cinco mil euros”, escreveu o jornal belga La Dernière Heure, citando “fontes muito boas”.
Este diário acrescentou que “a metralhadora de tipo Scorpio que Amedy Coulibaly possuía, quando fez a tomada de reféns na Porta de Vincennes, veio de Bruxelas”, segundo as mesmas fontes.
O diário flamengo De Standaard considerou que a compra de armas na Bélgica “é apenas uma hipótese”, que se apoia no facto de, segundo o sítio noticioso na internet Mediapart, Coulibaly, um dos irmãos Kouachi e Djamel Beghal, figura do islamismo radical francês, ter tentado comprar armas na Bélgica em 2010, para organizar a evasão do islamita Smain Ait Ali Belkacem.
Entretanto, um belga “conhecido da justiça por diversos tráficos” foi acusado hoje de tráfico de armas e colocado sob prisão preventiva, indicou a agência noticiosa belga, citando a procuradoria federal, que dirige o inquérito e está em contacto com as autoridades francesas.
Este habitante de Charleroi, no sul do país, apresentou-se à polícia na terça-feira, afirmando que “nos últimos meses” teve contactos com Amedy Coulibaly, o autor do ataque ao estabelecimento judaico da Porta de Vincennes, ainda segundo a agência noticiosa.
O traficante explicou que Amedy Coulibaly desejava uma viatura e que tinha enganado o francês na transação. Tendo ganho medo depois dos atentados de Paris, decidiu informar a polícia.
Os investigadores fizeram uma busca à sua residência e encontraram documentos que provam a transação desta viatura e outros relativos a uma negociação com o francês de armas e munições. “Tratava-se de um calibre pouco habitual”, que corresponde à pistola Tokarev que Amedy Coulibaly tinha” quando fez o ataque, segundo a agência belga.