Os Presidentes do Uruguai, José Mujica; Argentina, Cristina Fernández Kirchner e Bolívia, Evo Morales, foram os primeiros a chegar à capital venezuelana para assistir às cerimónias fúnebres de Chávez, que aos 58 anos não resistiu a um cancro na zona pélvica detetado em 2011. Portugal está representado por Paulo Portas, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Também se deslocaram à capital venezuelana o Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, o seu homólogo da Bielorrússia Alexandre Lukashenko, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov e o príncipe das Astúrias, Filipe de Borbon.
O realizador e ator norte-americano Sean Penn, amigo pessoal de Chávez, também participou nas cerimónias. Estão presentes representantes de 54 países, incluindo 33 chefes de Estado.
A batalha continua, Chávez vive! A luta continua! Que viva Hugo Chávez, que viva o nosso povo”, afirmou Nicolás Maduro,50 anos, emocionado, durante as cerimónias fúnebres oficiais celebradas na Academia Militar de Caracas.
Num discurso de meia hora, Madurou prometeu honrar o testemunho moral do líder de esquerda sul-americano, prosseguindo “o seu combate pelos pobres, pela educação e por um mundo mais justo”. Maduro, herdeiro político indicado por Chávez, é atualmente o vice-presidente do país.
A morte do líder socialista na terça-feira está a provocar enorme emoção no país. Chávez esteve 14 anos no poder e venceu as eleições no ano passado, seria o seu quarto mandato.
“Até à vitória sempre, Comandante!”, sublinhou Maduro aclamado pelos representantes oficiais venezuelanos e aplaudido pelos dirigentes estrangeiros.
Após a intervenção, Maduro entregou à família de Chávez a réplica da espada em ouro do libertador sul-americano Simón Bolívar, o “pai” da independência venezuelana.
Nicolás Maduro vai prestar juramento como presidente interino até à realização de eleições presidenciais, às quais se apresenta como candidato pelo partido no poder. Os deputados da oposição já anunciaram que vão boicotar a sessão. A oposição contesta a interpretação da Constituição feita pelo Governo após a morte de Chávez, e assegura que a transição deveria ser assegurada pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, e não pelo vice-presidente.
“El Comandante”, como era apelidado pelos seus seguidores, vai permanecer em velório pelo menos mais uma semana, para permitir o prosseguimento das homenagens da população. Segundo as autoridades, desde quarta-feira mais de dois milhões de venezuelanos já saíram à rua para homenagear o defunto Presidente. Após esse período, o corpo de Chávez será embalsamado e transportado para um velho edifício castrense, onde será exibido num féretro de vidro.