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Depois de semanas de especulação, e inúmeras teorias da conspiração, a notícia de que Hugo Chávez morreu chegou pela via mais oficial possível: pela voz do vice-presidente Nicolás Maduro, às 20h55 (hora de Lisboa) da passada terça-feira, 5 de março. O Presidente venezuelano perdeu, aos 58 anos, a mais dura batalha da sua vida – contra um cancro que, desde junho de 2011, o levou a ser operado quatro vezes e a viajar repetidas vezes para Cuba, onde realizou tratamentos “especiais”, mantidos em segredo, além de rádio e quimioterapia.
Este anúncio não colocou, contudo, um ponto final na polémica que rodeou os últimos dias de Chávez, incluindo o seu misterioso regresso de Havana, a 18 de fevereiro, e também o seu internamento no hospital militar de Caracas, onde sempre foi posta em causa a sua presença.
O chefe de Estado foi visto com vida pela última vez em Cuba, onde foi supostamente fotografado ao lado das filhas. Sucede que, na última semana, o ex-embaixador do Panamá na Organização dos Estados Americanos, Guillermo Cochez, garantia que o dirigente entrou em morte cerebral a 30 de dezembro, e que a sua família teria depois ordenado que se desligassem as máquinas de ventilação. Acusação nunca desmentida pelo Governo de Caracas, que sempre insistiu na tese de que o Presidente estava em recuperação e na plena posse das suas capacidades para assumir formalmente o cargo para o qual foi reeleito em outubro passado.
No último domingo, a oposição saiu para as ruas exigindo uma prova de vida do antigo tenente-coronel paraquedista, suspeitando que Chávez já não governava de todo o país, e reivindicando a convocação de novas eleições. Agora, segundo a Constituição, terão de ser convocadas nos próximos 30 dias. Segundo as últimas sondagens, o sucessor designado pelo líder bolivariano, Nicolás Maduro, poderá conquistar a chefia do Estado e impor-se a Henrique Capriles, mantendo o rumo da revolução socialista iniciada por Chávez há 15 anos. Será ele capaz de convencer os seus compatriotas dos desafios que o país enfrenta a curto prazo, a começar pela delicada situação económica, com uma inflação galopante, e a descida das receitas do petróleo?