A Coreia do Norte confirmou esta quarta-feira que lançou um foguete de longo alcance, afirmando ter sido bem-sucedida na missão de colocar um satélite em órbita um satélite, informou a agência oficial norte-coreana KCNA.
“O lançamento bem-sucedido (…) é um acontecimento pioneiro no desenvolvimento da tecnologia científica e da economia, ao exercer o nosso direito ao uso pacífico do Espaço”, refere um despacho da agência oficial norte-coreana KCNA.
“Os nossos técnicos e cientistas colocaram com sucesso o satélite em órbita, ao manterem em grande estima os ensinamentos do grande líder Kim Jong-Il”, acrescenta a nota.
Mas a satisfação com o lançamento o rocket fica-se pelo território norte-coreano. Dos países vizinhos à Europa, passando pelos EUA, a reação internacional é de condenação veemente.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir esta quarta-feira para discutir o episódio. “Os japoneses e os americanos pediram uma reunião do Conselho de Segurança, que vai ter lugar durante a manhã de hoje”, por volta das 11h00 (17h00 em Lisboa), afirmou à Associated Press um diplomate, que falou sob anonimato.
O porta-voz do Governo do Japão, Osamu Fujimura, confirmou aos jornalistas, em Tóquio, que o enviado japonês já tinha pedido uma reunião à presidência do Conselho de Segurança, atualmente exercida por Marrocos, para “convocar rapidamente” o Conselho para uma reunião.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentou já o lançamento do ‘rocket’, considerando-o uma “clara violação” das resoluções das Nações Unidas que “desafia” a comunidade internacional. “É ainda mais lamentável porque desafia o forte e unânime apelo da comunidade internacional. É uma clara violação da resolução 1874 [de 2009], ao abrigo da qual o Conselho de Segurança pede que a Coreia do Norte não leve a cabo lançamentos usando tecnologia de mísseis balísticos”, afirmou Ban Ki-moon.
A União Europeia, por seu lado, considerando tratar-se de “uma clara violação” das obrigações internacionais de Pyongyang, ameaça com novas sanções.
“Altamente provoacatório” é como os EUA classificam o episódio, alertando que tal vai agravar o clima de instabilidade na região e isolar ainda mais Pyongyang.
O lançamento figura como “mais um exemplo do comportamento irresponsável típico da Coreia do Norte”, indicou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Tommy Vietor, num comunicado.