Os dois enfermeiros, da Unidade de Cuidados Intensivos de dois hospitais de Montevideo, admitiram que mataram pelo menos 16 pessoas, em dois anos. Também foi detida uma enfermeira, acusada de encobrir alguns dos crimes. Os arguidos alegam que não queriam “ver as pessoas a sofrer”, avança o “El País”.
Ariel Acevedo, de 46 anos e Marcelo Pereira, de 40, estavam conscientes que as vítimas não se encontravam em estado terminal, mas mesmo assim, injetaram-lhes morfina ou ar nas veias. Pereira admitiu que matou cinco pessoas e Acevedo assumiu-se responsável pela morte de onze. As investigações estão a decorrer e não se sabe se estes números representam o total de homicídios.
Os enfermeiros conheciam-se, mas não há provas que atuassem em conjunto. Acevedo chegou a dizer que se sentia Deus, no entanto, quando foi detido, afirmou estar ciente que não era dono da vida das pessoas.
A polícia recebeu denúncias anónimas, em janeiro, dos centros médicos. O caso que levantou mais suspeitas foi de uma diabética de 74 anos, internada com convulsões no hospital onde Pereira trabalhava. Teve alta doze dias depois e quando estava a preparar-se para ir para casa sentiu-se mal, acabando por morrer sete horas depois.
Vários médicos disseram que Marcelo Pereira tinha alegado que os pacientes nunca mais morriam e davam muito trabalho, porque tinha de estar sempre a dar-lhes banho. O advogado do enfermeiro desmentiu, referindo que este atuava por piedade.