No final da semana passada vários membros da UMP, partido de Nicolas Sarkozy, confirmaram informações que tinham surgido na imprensa indicando que Jean Sarkozy poderá assumir em Dezembro a presidência do Organismo Público de Gestão do Bairro de Negócios de la Défense.
A sua candidatura a administrador deste organismo vai ser apresentada no próximo dia 23 no conselho geral do departamento de Hauts de Seine, anunciou quinta-feira a UMP.
Jean Sarkozy deverá substituir Patrick Devedjian, que terá de deixar o cargo ao completar 65 anos.
A oposição de esquerda e os centristas não poupam críticas a esta promoção e acusam o Chefe de Estado de ter esquecido os valores republicanos, segundo os quais os cargos são ocupados por mérito e não por herança.
“Se Jean Sarkozy não tivesse o nome que tem será que estaria no lugar que tem actualmente?”, questiona a socialista Ségolène Royal, principal adversária de Sarkozy nas presidenciais de 2007. “Será que estamos em República?” lança ainda Royal, lembrando que no sistema republicano as pessoas ocupam lugares em função de mérito próprio e não do nome que têm.
Para o líder centrista François Bayrou, também candidato presidencial em 2007, este episódio lembra “o império romano. Todos os pilares sólidos nos quais o nosso país assenta em termos de princípios, de decência, de razão, são abalados e desfazem-se”.
Muitos observadores lembram as semelhanças de Jean Sarkozy com o pai, incluindo a mesma linguagem directa e a mesma a facilidade de contacto, apontando ainda que Nicolas Sarkozy dirigiu la Défense entre Abril de 2005 e Dezembro de 2006.
La Défense concentra as sedes dos maiores grupos empresariais franceses, como a petrolífera Total ou a Société Générale (banca), numa área de mais de três milhões de metros quadrados de escritórios e com um total de 200.000 empregos.
O centrista Christophe Grébert, um dos opositores à nomeação do filho de Sarkozy, lançou uma petição online pedindo-lhe que renuncie, que termine os seus estudos em Direito e que faça estágios em empresas. A petição tinha recolhido até ao final da manhã de hoje mais 8.000 assinaturas.