É como ir dar uma corridinha depois de treinar maratonas. As novas regras orçamentais europeias, acordadas pelos ministros das Finanças no final de dezembro, voltarão a constranger a liberdade de atuação dos governos a partir de 2025, mas o caminho duro que Portugal fez na última década e meia deixa-o numa posição especialmente favorável para as cumprir, sendo duvidoso que obriguem ao início de uma vaga de austeridade ou que sejam uma camisa de forças, como no passado.
“Portugal tem uma posição excelente de défice”, aponta Zsolt Darvas à VISÃO. O investigador do think tank Bruegel fez as contas e concluiu que, entre os países mais endividados, é exigido a Portugal um dos ajustamentos menos difíceis. “É um dos caminhos mais fáceis [entre quem tem dívida superior a 60%.], só Chipre tem um percurso mais tranquilo”, acrescenta Darvas.