“Foi oportuno termos feito esta iniciativa, pela participação e pela participação diversificada em termos regionais, de profissões, do espetro político-partidário, portanto, creio que o Governo, se tiver sensibilidade e tiver ouvidos, não pode deixar de responder e corresponder positivamente ao clamor que aqui foi lançado”, disse à Lusa Luís Garra, da Plataforma P’la Reposição das Scut na A23 e A25.
Luís Garra falava hoje após uma concentração de cerca de duas centenas de pessoas de várias localidades da Beira Interior junto à Assembleia da República, em Lisboa.
Para o porta-voz da Plataforma, o Governo é que “vai determinar o calendário” das possíveis novas ações de luta.
“Se o Governo rapidamente apresentar o plano, nós o analisaremos e diremos o que pensamos sobre o mesmo. Nós já marcamos o ‘timing’, fomos ao encontro do que disse a ministra da Coesão [Ana Abrunhosa] – é até ao verão, até ao dia 21 de junho. Se até ao dia 21 de junho não houver plano, nós estaremos aqui para agir”, adiantou.
Ao som de bombos e concertinas, os participantes no protesto carregaram bandeiras brancas, mostrando o seu desagrado contra as portagens nas antigas SCUT (vias sem custo para o utilizador).
A manifestação “Embaixada Beira Interior a Lisboa P’la Reposição das SCUT na A23, A24 e A25” teve início na Rotunda do Marquês e terminou na Assembleia da República, onde foram proferidas intervenções sobre o tema das portagens no interior.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo e a central sindical CGTP também estiveram presentes na ação de luta.
O Governo apontou o final do primeiro semestre do ano como o prazo para apresentar a sua proposta à reivindicação da Plataforma.
A Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda — a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
A A23 (Autoestrada da Beira Interior) liga Guarda a Torres Novas (A1), enquanto a A25 (Autoestrada Beiras Litoral e Alta) assegura a ligação entre Aveiro e a fronteira de Vilar Formoso.
A A24 (Autoestrada do Interior Norte) liga Viseu e Chaves, seguindo até à fronteira com Espanha.
JML (AYR/CCC) // ROC