Há uma nova empresa no universo TAP, criada nos últimos dias do ano passado, e dedicada à prestação de serviços postais e de courier. A TAP Logistics Solutions, uma sociedade anónima, foi constituída a 27 de dezembro de 2019 e conta com um capital social de €50 mil. A companhia justifica esta criação com “motivos regulamentares.”
Segundo a publicação da constituição no Portal do Ministério da Justiça, o objeto social da nova empresa consiste na “prestação de serviços postais, de transporte e recolha de documentos, produtos, encomendas, carga ou outros bens” em Portugal e no estrangeiro, um negócio que neste momento significa cerca de 4% das receitas da transportadora.
A nova empresa partilha sede com a TAP – no Edifício 25 do Aeroporto de Lisboa -, bem como três administradores da companhia: Antonoaldo Neves (CEO da TAP), David Pedrosa e Raffael Quintas (ambos vogais da comissão executiva da transportadora). Segundo o site da companhia aérea, a TAP Logistics Solutions S.A. é detida a 100% pela TAP Air Portugal, constando no seu organograma como única subsidiária.
Atualmente as atividades de carga e correio da TAP são desempenhadas sob a marca TAP AirCargo, que se dedica ao transporte de medicamentos, produtos alimentares frescos, correio e comércio eletrónico, animais, produtos perigosos e valiosos. Depois da venda de passagens e da manutenção, o transporte de carga e correio é a terceira maior fonte de receitas da empresa, tendo gerado €137,4 milhões no ano passado. O valor representa assim cerca de 4% dos rendimentos operacionais da companhia, que totalizaram €3,3 mil milhões.
A VISÃO contactou a TAP para perceber qual o objetivo da criação da TAP Logistics Solutions, que atividades vai desenvolver, quantos colaboradores terá, em que mercados vai atuar e qual a expetativa de volume de vendas que virá a gerar. “Um dos objetivos estratégicos da TAP é desenvolver e potenciar o seu negócio de carga e correio, como forma de maximizar a capacidade das suas aeronaves e aproveitando a sua vasta rede de destinos. Na prossecução deste objetivo e por motivos regulamentares foi constituída a TAP Logistics,” respondeu a comunicação da companhia.
No ano passado o negócio de carga/correio da TAP cresceu 2%, num contexto de queda deste mercado em que a procura recuou 3,3%, segundo a apresentação de resultados feita recentemente. Em 2018, ano do último relatório e contas disponível, mais de metade das receitas deste negócio (ou seja, quase €77 milhões) tinha tido origem no Atlântico Sul, seguido do Atlântico Norte, África e Europa. O negócio nacional (continente e ilhas) contribuiu com menos de €9 milhões para esta atividade. No ano passado, segundo o site da empresa, o serviço TAP Air Cargo assegurou 3.000 voos semanais para 36 países, tendo transportado 93.200 toneladas em 106 aviões.
A TAP Air Portugal fechou 2019 com um prejuízo de €106 milhões, apesar dos lucros de €14,1 milhões no segundo semestre. A companhia atribuiu os resultados ao impacto da compra de novos aviões e aos constrangimentos operacionais verificados no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. No ano anterior, 2018, o resultado tinha sido negativo em €118 milhões.