Revolução
“Começamos por colocar pequenos dispositivos em autocarros, camiões de lixo e táxis, que permitiam aos veículos comunicar uns com os outros e com a internet. Criamos redes em malha. O que é revolucionário na Veniam é que os veículos agora ligam-se uns aos outros e formam eles próprios uma rede de telecomunicações.”
Magia
“A plataforma da Veniam é essencialmente de software, os protocolos e os sistemas de comunicação que permitem aos veículos trocar grandes quantidades de dados uns com os outros e com a internet. Para esse software correr, colocamos uns pequenos dispositivos nos autocarros, nos camiões… Mas, no futuro, esses dispositivos já estarão integrados no veículo. Com isso, os carros transformam-se em hotspot wi-fi e, portanto, qualquer um pode ligar-se com o seu smartfone ao veículo e passa a ter acesso à internet. O veículo, à medida que vai andando, liga-se a outros veículos, a pontos de acesso, às torres das redes de telemóveis. Temos ali uma experiência com a internet como teríamos em casa ou no escritório, essa é a magia da plataforma.”
Carro sem condutor
“No futuro, as pessoas vão deixar de comprar carro. Os fabricantes vão vender milhões de automóveis a empresas que vão fornecer serviços de mobilidade. Vão ter de estar em rede, porque precisam de muitos dados para poderem prestar um serviço de qualidade. E precisam de suportar o tráfego de internet e tudo o mais que as pessoas vão gerar quando não precisam de guiar.”
Negócio disruptivo
“Chegamos a um momento em que todas estas grandes empresas fabricantes de automóveis estão conscientes da necessidade de mover enormes quantidades de dados dos veículos para a cloud. E é exatamente isso que a Veniam faz. Já estamos a provar que isso é possível com os autocarros e os camiões. E agora estamos a fazer isso com os carros autónomos.”
Captar milhões de dados
“O que nos interessa são dados dos sensores. Por exemplo, se tenho acesso aos acelerómetros dos carros consigo detetar buracos na estrada, qual a qualidade do pavimento, se está ou não molhado. Isto permite ter uma visão global da cidade, da qualidade da infraestrutura. Quando tenho acesso ao termómetro dentro do carro ou a pressão do ar e agrego essa informação toda estou a transformar os carros em miniestações de meteorologia, uma análise microclimática da cidade, o que é importante para os seguros. Não recolhemos dados pessoais, nem sabemos quem são os utilizadores. Mas conseguimos contar quantas estão no autocarro, quantas entram e saem numa paragem e, com isto, determinar o fluxo de pessoas.”
Parte do especial Web Summit da VISÃO 1287