“Olhar para o terceiro lugar é uma realidade. Temos duas equipas muito próximas e uma delas até está com os mesmos pontos do que nós. Podemos entrar no próximo duelo em quarto lugar, algo que não queremos nem estamos, de todo, habituados. Não nos vamos agarrar ou olhar para a classificação. Neste momento, não vale a pena. Vamos fazer de tudo para ganhar os cinco jogos que nos faltam”, observou, em conferência de imprensa.
Sérgio Conceição falava na véspera da visita ao Casa Pia, da 30.ª jornada, numa altura em que o FC Porto é terceiro colocado, com os mesmos 59 pontos do Sporting de Braga, quarto, e dois acima do Vitória de Guimarães, quinto, mas está a uns já inalcançáveis 18 pontos de atraso do líder isolado Sporting e a 11 do campeão nacional Benfica, segundo.
“Não nos agarramos às estatísticas para estarmos mais ou menos motivados. Isso vale o que vale. O jogo ganha uma vida própria de acordo com o que fazemos e a competência que metemos em campo, através de uma estratégia definida e do trabalho feito”, vincou.
Arredados da luta pelo título, os ‘dragões’ podem comprometer esta jornada em definitivo as ténues esperanças de alcançarem o segundo lugar, de acesso às pré-eliminatórias da próxima edição da Liga dos Campeões, caso não batam o Casa Pia, o Sporting de Braga perca ou empate em casa frente ao lanterna-vermelha Vizela e o Benfica vença em Faro.
“Veio-me à cabeça um treinador italiano, que disse algo do género: nunca motivou a sua equipa, porque os jogadores têm de ser capazes de se automotivarem. Nas últimas seis épocas, finalizámos sempre acima dos 80 pontos. Este ano, sobretudo na I Liga, não nos correu tão bem por aquilo que já foi muito badalado. Eles têm de perceber que estão a representar um clube em que há uma base, que tem de estar sempre presente”, alertou.
À procura de quebrar uma série de duas derrotas e um empate no campeonato, série que o FC Porto não vivia há oito anos, Sérgio Conceição elogiou o Casa Pia, que sofreu apenas um golo nas últimas cinco partidas como visitado.
“Não fazem muitos golos, mas também não sofrem. A equipa defende bem, é consistente e, através da sua organização defensiva, tenta explorar aquilo que tem de bom. Como tem jogadores tecnicamente evoluídos, cria dificuldades assim que parte com rapidez para o ataque. Há que ser inteligentes e, face ao pouco espaço que nos vão conceder, entender o que devemos explorar e como suplantar essa boa organização defensiva”, enquadrou.
A irregularidade na I Liga foi agravada pela conquista de oito pontos em 21 possíveis nas últimas sete deslocações, mas contrastou com o duplo êxito recente perante o Vitória de Guimarães (1-0 fora e 3-1 em casa), para as meias-finais da Taça de Portugal, permitindo aos ‘dragões’ almejarem o 20.º troféu, e terceiro consecutivo, na decisão com o Sporting.
“Esse equilíbrio entre o saber atacar e o perceber que temos uma baliza para defender é básico. Há que perceber a razão para não termos sido tão fortes este ano, sobretudo na reação à perda da bola. Temos muita largura no campo, algo que não sucedia em outros anos, nos quais estávamos mais preparados para ser fortes naquele momento do jogo e não deixar que o adversário saísse e explorasse os espaços nas nossas costas. Toda a gente tem de meter na cabeça que passa cerca de 88 minutos a correr sem bola”, atirou.
O FC Porto, terceiro classificado, com 59 pontos, vai medir forças com o Casa Pia, nono, com 32, no domingo, a partir das 18:00, no Estádio Municipal de Rio Maior, em duelo da 30.ª jornada do campeonato, sob arbitragem de Manuel Oliveira, da associação do Porto.
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